Maestro sapo, ouvidos tapo!
O sapo Adão tinha tudo para ser campeão. — De quê? — pergunta o curioso leitor, quando se interessa pelo que lê e do texto sente o sabor. — Sabor? — volta a inquirir espantado, sentindo-se enganado com tamanho abuso dos sentidos, porque só muito esfomeado se punha a comer os livros! Se o narrador está a brincar, o melhor mesmo é parar. Podem rir à vontade, mas a grande verdade é que o sapo Adão em vez de verde era azulão. E isso não era o mais estranho, dado que ganhava a vida a agitar um pau castanho. — Explique-se lá, ó narrador, que a barafunda está a ficar pior! É simples a explicação: o sapo Adão dirigia uma orquestra de batuta na mão. Era maestro, com tanto jeito, que parecia guiado por um astro, quando tudo saía direito. Só havia um problema: quanto melhor conhecia o tema, mais preguiça lhe chegava e mais ensonado ficava. Não era raro vê-lo adormecer e da orquestra se esquecer. A música silenciava, a plateia assobiava e lá acordava o sapo Adão, que mandava