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A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

A descoberta da arte

Isabella, louca para uns, excêntrica para outros. Diferente por opção. Desde pequena que se lhe notava uma tendência para fugir da norma. Desprezava a vulgaridade, o seguidismo, o pensamento pequeno que se sente grande por imitação. O seu desejo era apenas o de se conhecer profundamente. Pertencendo a uma família rica, que habitava num palacete em Sintra, estava farta de ser o centro de um mundo que não queria para si. À sua volta a bajulação era uma constante e a falta de sentido perturbadora. Não lhe interessavam as conversas de circunstância, os objectos de circunstância, os amigos de circunstância. Tudo lhe parecia demasiado efémero para poder ser chamado «vida». Ainda jovem, rodeada de amigas para quem viver era frequentar festas, namorar e andar na moda, descobriu que se desconhecia. E ficou apavorada. Vivia num corpo que o espelho reflectia, onde habitava uma estranha. Quando disse, com a frontalidade que lhe era característica, «vou partir à procura de mim», houve quem desconfi